Fazenda São Bernardino
A Fazenda São Bernardino está localizada nas localidades de Cava e Tinguá, próxima à Reserva Biológica. Sua construção terminou em 1875 e foi feita em estilo neoclássico. Seu primeiro proprietário foi o português Bernardino José de Souza e Melo. A fazenda produziu café, açúcar, aguardente, farinha de mandioca e extraiu muita madeira e exportou carvão. Foi tombada pelo Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1951, no Livro de Belas Artes. Hoje ela está em ruínas, pois foi vítima de um incêndio na década de 80. A Grande Casa situa-se num outeiro e, na parte mais baixa do terreno, existiram construções como cavalariças, garagem para carruagens, estribaria, senzala, habitações para escravos domésticos e engenhos de cana e de mandioca.
Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu
Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu
Logo que passou a ser explorado, o ouro das Minas Gerais era levado por terra até o porto de Paraty e daí, por via marítima, até a cidade do Rio de Janeiro, de onde seguia para Portugal. Como a rota do litoral entre Paraty e o Rio de Janeiro era infestada por corsários e piratas, foi necessário a abertura de caminhos terrestres mais curtos e seguros para trazer o ouro das Minas Gerais até o Rio de Janeiro.
No século XVII Garcia Rodrigues Paes ligou Paraíba do Sul ao porto do Pilar do Iguaçu para o escoamento do ouro trazido de Minas Gerais. Essa ligação foi chamada Caminho do Pilar ou, mais comumente, Caminho Novo das Minas, pois substituiu o antigo Caminho de Paraty. Do rio Pilar, podia-se navegar até o rio Iguaçu, que tem sua foz no interior da baía de Guanabara, área com fortificações e mais protegida dos ataques de piratas e corsários.
Posteriormente foram também abertos o Caminho da Terra Firme e a Variante do Proença, visando facilitar o escoamento do ouro, já que o trânsito no Caminho do Pilar tinha diversos problemas. Com a redução de seu uso, o Caminho Novo logo passou a ser chamado de Caminho Velho.
O arraial de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu (à época grafava-se Iguassú) nasceu ao redor de um porto fluvial nas margens do rio Iguaçu. Em 1699, a localidade já tinha uma capela curada. Na época do Marquês do Pombal, em 1750, foi elevada à categoria de freguesia. O Porto de Piedade de Iguaçu prosperou em razão da intensa movimentação dos tropeiros pelo Caminho Novo.
Vila de Iguaçu
Até o início do século XIX, Piedade do Iguaçu tornou-se o principal povoado da região, mas era dependente administrativa e politicamente da cidade do Rio de Janeiro, embora já demonstrasse um bom desenvolvimento econômico, além do aumento da população e do crescimento do comércio.
Os povoados da região concentravam-se principalmente às margens dos rios, mas também havia alguns nos entroncamentos das estradas. Piedade do Iguaçu cresceu ainda mais com a abertura da Estrada Real do Comércio, primeira via aberta no Brasil para o escoamento do café do interior do país.
Graças à Estrada Real do Comércio e às ótimas condições para a criação de um entreposto comercial, foi necessária a criação de um município. Em 15 de janeiro de 1833, portanto, foi criada a vila de Iguaçu a partir de decreto assinado pelo regente Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, em nome do Imperador Dom Pedro II. Em 29 de julho do mesmo ano, foi instalada a Câmara dos Vereadores, com sete representantes.
O novo município foi formado pelas freguesias de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu (definida como capital do município), Santo Antônio de Jacutinga, Nossa Senhora do Pilar, São João de Meriti e Nossa Senhora da Conceição do Marapicu. Inicialmente, a Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Inhomirim também faria parte, contudo os moradores desse distrito não aceitaram a incorporação, especialmente devido à distância.
A Assembleia Legislativa da província do Rio de Janeiro extinguiu o município de Iguaçu em 13 de abril de 1835 (Lei nº 14), mas o restaurou em 10 de dezembro de 1836 (Lei nº 57), já sem a freguesia de Inhomirim. Em 1846 o município ainda perdeu mais uma parte de seu território ao ser criada a vila da Estrela, que assumiu a freguesia do Pilar.
Cemitério de Nossa Senhora do Rosário
No mesmo local existe o antigo cemitério de Nossa Senhora do Rosário de 1875. O cemitério que fica no cume de uma elevação servia para enterro de negros e escravos; ainda está em atividade. O cemitério dos homens brancos está desativado e em ruínas.
No Brasil colonial, os cemitérios eram utilizados somente para enterro de escravos e indigentes, que muitas vezes eram enterrados em valas comuns. Surgiram no início do século XIX alguns cemitérios de protestantes, geralmente chamados de Cemitérios dos Ingleses. Os católicos ricos nunca eram enterrados, eram sepultados dentro das igrejas administradas a irmandade religiosa a que pertenciam.
Um Decreto do Governo proibiu, a partir de 1840, sepultamentos dentro de igrejas. Por isso foram criados os primeiros cemitérios para atender católicos ricos. No caso da freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu, já havia um cemitério de escravos na colina de um morro (ainda em atividade), sendo construído um cemitério (campo santo) para os católicos ricos ao lado da igreja matriz.
Porto do Iguaçu
Fundação: século XVII.
Localizado no início da Estrada Real do Comércio, as ruínas do porto atualmente estão dentro das terras de uma fazenda, no sítio arqueológico do Iguaçu Velho, próximo a torre sineira da igreja matriz de Nossa Senhora da Piedade.
Era o porto fluvial de Piedade do Iguaçu, onde a produção agrícola da região e o ouro de Minas Gerais e Goiás eram embarcados em faluas ou chalanas.
Estrada do comércio Real
Começava em Iguaçu Velho, subia a serra do Tinguá, cortava a atual Reserva Biológica Federal do Tinguá passando pela freguesia de Santana das Palmeiras (atualmente em ruínas), chegava em Miguel Pereira e descia até terminar no porto de Ubá, atual distrito de Andrade Pinto, em Vassouras, nas margens do rio Paraíba do Sul.
Foi muito utilizada para escoamento do café produzido no médio vale do Paraíba do Sul nos meados do século XIX.
A parte conservada é tombada pelo IPHAN.
Ferrovias
A antiga ferrovia Rio D’Ouro e as estações de trem de Vila de Cava, Tinguá, Rio D’Ouro e Jaceruba são tombadas pelo INEPAC
Igreja de Santo Antônio da Prata
Antigo nome: Orago de Jacutinga.
Fundação: Século XVIII.
Localizada na Estrada Dr. Plínio Casado, no bairro da Prata, próxima às margens da rodovia Presidente Dutra, em local histórico.
Apesar de multissecular, é a terceira igreja erigida para servir como igreja matriz da antiga freguesia de Santo Antônio de Jacutinga.
Em 1711, a antiga matriz foi transferida do centro de Belford Roxo (Calhamaço) onde situava-se a primeira igreja, para o atual bairro da Prata (a 3,3 km de distância ou 1/2 légua) onde foram eretas a segunda igreja e a atual.
A igreja atual foi erigida em terreno adjacente do mesmo sítio onde fora construída a segunda igreja, que ruiu. A Capela-mor foi concluída em 1785 e a torre sineira teve sua construção terminada em 1791.
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